UFSCar capacita médicos e enfermeiros de São Carlos para o pré-natal e atualiza informações do Zika vírus

A UFSCar, por meio do Departamento de Medicina (DMed), iniciou no dia 1º de abril, um curso de pré-natal para médicos e enfermeiros da rede municipal de saúde de São Carlos com o objetivo de qualificar o atendimento às gestantes. Os protocolos do Ministério da Saúde para o tratamento do vírus da Zika serão atualizados junto aos profissionais.

O curso, sob a coordenação dos docentes do DMed Bernardino Geraldo Alves Souto e Carla Polido, aproveitará os esforços da campanha “UFSCar Contra Aedes” – que visa mobilizar a sociedade no combate ao mosquito Aedes aegypti – para atualizar os protocolos de atendimento à Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela. As aulas vão até o dia 1º de julho e serão quinzenais, às sextas-feiras. Além da teoria e da atualização de protocolos, os profissionais apresentarão casos práticos para serem abordados.

“A Secretaria de Saúde solicitou essa capacitação da UFSCar por entender que investir na qualificação do pré-natal, entre outras ações, é uma forma de reduzir a mortalidade infantil”, salienta Bernardino. “É salutar que a Secretaria de Saúde tenha identificado essa demanda e nos procurado, porque esse é nosso papel, formar pessoas e produzir conhecimento”, frisa o professor Bernardino, acrescentando que "existem várias razões para que a mortalidade materna e infantil aumente.

Na abertura do curso, a professora Carla destacou a importância de ter um atendimento de qualidade. “Muitas vezes o foco do gestor está na quantidade de consultas, enquanto deveria estar no atendimento efetivo, analisado caso a caso com a maior qualidade possível”, ressaltou. O curso irá priorizar a reflexão, uma vez que os profissionais já conhecem os procedimentos.

A mortalidade infantil é registrada com crianças até 1 ano de vida. As mortes que ocorrem do momento do parto até o primeiro mês de vida estão mais relacionadas à assistência pré-natal, exceto aquelas ocasionadas por problemas genéticos. As mortes registradas a partir do primeiro mês de vida dos bebês têm ligação com fatores sociais, como fome, miséria, falta de saneamento básico, entre outros.

Ainda segundo Bernardino, outro fator que precisa ser melhorado no Brasil é conscientização sobre o elevado número de cesarianas. “O Brasil é campeão em cesárias. Em 2014, cerca de 80% dos partos foram por cesariana, que registra mortalidade materna sete vezes maior do que nos partos normais”. De acordo com o professor, menos de 20% dos partos precisariam ser cesárias, que, como qualquer procedimento cirúrgico, apresenta riscos à vida.